PF investiga suposta ligação do PCC com adulteração de bebidas: 'Passa pela importação do metanol do Porto de Paranaguá', diz Andrei

  • 30/09/2025
(Foto: Reprodução)
Diretor da PF afirma que investigação dirá se bebidas adulteradas com metanol têm conexão com o crime organizado O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (30) que o órgão investiga a ligação do crime organizado com a adulteração de bebidas alcoólica com metanol. Segundo ele, há possível conexão com investigações sobre a importação de metanol do porto de Paranaguá. Já o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, descartou nesta segunda a participação do PCC nos casos de adulteração de bebidas alcoólicas. "Dentro as razões [da instauração do inquérito em SP], a possível conexão com investigações recentes que fizemos agora - especialmente no Paraná que se conectou com outras duas em São Paulo em razão de toda a cadeia de combustível - uma parte disso passa pela importação de metanol pelo Paranaguá. Portanto a necessidade de entrarmos nesse caso por essas razões. A investigação dirá se há conexão com o crime organizado.”, afirmou. "Agora, a investigação dirá se há conexão com o crime organizado, com operações anteriores. Enfim, a gente vai buscar trabalhar de maneira integrada - que são investigações que se complementam com as investigações na parte administrativa, com investigação a cargo também da Polícia Civil de São Paulo que são complementares. Nós trabalharemos de maneira integrada como temos feito e como é determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública de sempre buscarmos essa cooperação e integração", completou. A suspeita de participação do PCC no caso começou no domingo (28), quando a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) divulgou uma nota em que levantou a suspeita de que o metanol usado na adulteração de bebidas alcoólicas podia ser o mesmo importado ilegalmente pelo PCC para “batizar” combustíveis. Segundo a entidade, o fechamento recente de distribuidoras e formuladoras de combustível ligadas ao crime organizado — responsáveis por importar metanol de forma fraudulenta para adulterar combustíveis, conforme já comprovado em investigações do Gaeco e do Ministério Público de São Paulo — poderia estar por trás da atual onda de intoxicações. "Ao ficar com tanques repletos de metanol lacrados e distribuidoras e formuladoras proibidas de operar, a facção e seus parceiros podem eventualmente ter revendido tal metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, auferindo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores", diz a ABCF. Há um mês, uma megaoperação, a maior já realizada no Brasil contra o crime organizado, constatou que combustíveis utilizados por alguns postos alvos da polícia tinham até 90% de metanol, mas a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) só permite até 0,5% dessa substância na gasolina e etanol. 3ª morte confirmada Até esta terça-feira, há três mortes e seis casos confirmados de intoxicação por metanol e 10 sob investigação. Nesta segunda-feira (29), São Paulo confirmou a terceira morte por consumo de bebidas alcoólicas "batizadas" com metanol na Grande São Paulo. Um quarto óbito por intoxicação de metanol é investigado, mas não se sabe a causa da contaminação. Segundo o comunicado, desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol com suspeita de intoxicação por consumo de bebida adulterada. Atualmente, dez casos estão sob investigação, dos quais três resultaram em óbitos confirmados - um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo, um homem de 54 anos na capital e o terceiro de 45 anos em investigação do local de residência. Outro, de um homem com histórico de etilismo crônico, está em investigação, pois não se sabe como ocorreu a intoxicação. Um caso foi descartado. Segundo a Prefeitura de São Bernardo, o homem de 58 anos morreu em 24 de setembro após atendimento no Hospital de Urgência. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde da capital paulista informou que a vítima em São Paulo é um homem de 54 anos, morador da Zona Leste da capital. Ele apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu no dia 15. Associação levanta suspeita de que metanol importado ilegalmente pelo PCC pode ter sido repassado para fábricas de bebida clandestina Na sexta-feira (26), o Ministério da Justiça e de Segurança Pública divulgou que a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos recebeu, por meio do Sistema de Alerta Rápido, "notificação que reporta nove casos de intoxicação por metanol no estado de São Paulo, num período de 25 dias, todos a partir da ingestão de bebida alcoólica adulterada". O ministério apontou que os casos são "considerados fora do padrão para o curto período de tempo e também por desviar dos casos até hoje notificados de intoxicação por metanol" (leia a nota na íntegra abaixo). O metanol não se destina ao consumo humano — e é altamente tóxico Adobe Stock O que é metanol? O metanol (CH₃OH) é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. O produto é um tipo de álcool simples, incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum. Ele já foi chamado de “álcool da madeira”, porque antigamente era obtido pela destilação de toras. Hoje, sua produção industrial é feita principalmente a partir do gás natural. Porém, embora seja usado em pequenas quantidades na natureza, podendo ser encontrado em frutas, vegetais e até produzido pelo corpo humano em baixíssimas doses, o metanol é altamente tóxico em concentrações elevadas. O que diz o governo federal? "Nesta sexta-feira (26), a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP) recebeu, por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), notificação que reporta nove casos de intoxicação por metanol, no estado de São Paulo, num período de 25 dias, todos a partir da ingestão de bebida alcóolica adulterada. O número de casos registrado, inicialmente, pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP), e encaminhado ao Comitê Técnico do SAR é considerado fora do padrão para o curto período de tempo e também por desviar dos casos até hoje notificados de intoxicação por metanol. O Ciatox recebeu, nos últimos dois anos, casos de intoxicação por metanol a partir de consumo de combustíveis por ingestão deliberada em contextos de abuso de substâncias, frequentemente associada à população de rua. Contudo, de acordo com a notificação de hoje, a ingestão se deu em cenas sociais de consumo alcóolico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky, vodka, entre outros. São registros inéditos no referido centro toxicológico. É possível haver outros casos não notificados, uma vez que nem todos os casos de intoxicação chegam aos órgãos de vigilância e controle. A ingestão acidental ou intencional de metanol leva a intoxicações graves e potencialmente fatais. O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias. Nesse sentido, requer alerta à população, considerando, inclusive, o início do fim de semana, quando há maior frequência a bares e consumo de bebidas alcóolicas. SAR - O Sistema de Alerta Rápido sobre drogas do Brasil (SAR) é um subsistema do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas - Sisnad, gerenciado pela Secretaria da Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), vinculado ao Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid)". Sintomas e atendimento A recomendação do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos. Os sintomas podem incluir ataxia, sedação, desinibição, dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, taquicardia, convulsões e visão turva, principalmente após ingestão de bebidas de procedência desconhecida. Em caso de suspeita, é fundamental buscar atendimento médico de emergência. A população pode localizar o serviço mais próximo pela plataforma https://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/. O Centro de Controle de Intoxicações (CCI-SP) também oferece apoio para diagnóstico e orientação pelos telefones (11) 5012-5311 e 0800 771 3733. infográfico metanol - vale este Arte g1

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/30/pf-investiga-suposta-ligacao-do-pcc-com-adulteracao-de-bebidas-passa-pela-importacao-do-metanol-do-porto-de-parangua-diz-andrei.ghtml


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